Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 10

Perguntei o que levava ele, aquela vida, do meu ponto de vista, difícil. Ele começou falando de sua vida, anotei:

- Na infância nunca me senti amado como filho ou uma pessoa que pertencesse aquela família. Não ouvia palavras carinhosas e era rejeitado por meus pais. Nunca, nunca me dizeram 'eu te amo', ou ' você é bonito',
'que lindo'... Essas expressões eram escassas em seus vocabulários. Eu não era amado.
Me davam apenas o básico, sendo o filho mais velho passei acreditar que nunca seria amado, não importasse o que eu fizesse, meus pais não me davam o menor valor.
Certo dia, quando foram passear, sem mim, fiquei em casa, assistindo tv. Bateu à porta um de nossos vizinhos, veio pedir uma xícara de açúcar  quando eu virei para o armário, para poder pegar o pote, ele chegou por trás de mim, com suas mãos e me prendeu sobre ele. Senti que  ele estava excitado e então ele pegou uma faca, na gaveta próxima e ficou me ameaçando. Fez-me descer o short... aquilo foi horrível, nunca consigo esquecer- pausa -. Era comum eu ficar só em casa, já que meus pais nunca me levavam nos passeios.
Aquele vizinho se aproveitou desse fato durante um tempo e ainda ameaçava me matar ou aos meus pais, caso eu não abrisse a porta para ele. Eu não queria que ninguém morresse.
Meses depois, criei coragem, contei a um policial próximo de casa- que acreditaram em mim. Armamos um flagrante, e quando ele foi abusar de mim, os policiais o prenderam. Depois tudo voltou ao normal, sem carinho, sem amor, parecia que nada tinha ocorrido, aos olhos de meus pais.
Com o passar dos anos, um amigo me trouxe à esta vida, aonde você me encontrou na rua, então senhor, vamos ao programa agora?

Revelei ao rapaz que nada queria, mas paguei por sua hora de trabalho, pela história, ao qual estou aproveitando agora, que possa servir à algum leitor que esteja passando pela mesma situação. Contem, não escondam, denunciem.
O rapaz tinha um olhar triste, certamente ele não gostava daquela vida.
Chego ao final de mais uma semana sem nada escrever, não lembro o que posso contar de interessante a você. Até agora você leu relatos originais que adaptei. Não seria racional, a partir de agora eu começar a inventar as histórias. Prometi não falar de minha vida particular, exceto do acidente, mas abrirei uma exceção. Preciso falar.
Raramente se faz amigos em escolas, muitos poucos colegas. Em uma época de minha vida escolar tive um verdadeiro amigo, um companheiro. Mas creio que por inveja ou raiva de um colega essa única amizade foi desfeita.
Peço aqui, desculpas publicamente pelo ocorrido. Não sabia o que estava fazendo. Que um dia você ´Fábio- possa perdoar uma pessoa que só entendeu o valor de sua amizade quando a perdeu e a solidão bateu seu coração, sinto falta de sua companhia. Perdoe-me, POR FAVOR!

Parte 11

Por Danilo da Silva

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