Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Treze

Conto Cassiano? Você contaria? Parem! Isso me tortura...PAREM! PAREM! PAREM! PAREM!!!
No farol a cor vermelha era presente, e o único veiculo que vinha lento, não oferecia qualquer perigo. Segurei  a mão de Cassiano e tranquilamente fazíamos a travessia  Como um assassino impiedoso, o motorista que vinha lento, acelerou, Cassiano percebeu... me empurrou para a calçada, ficando, ele, à frente do carro. Levantei e corri para sua direção... tarde demais. Fomos jogados longe, pois quando levantei, quase que alcancei Cassiano, para lhe tirar da frente da tragédia.
Uma estrela brilhou mais forte no céu nesta hora. Era um anjo que tinha acabado de nascer.
Cassiano estava inconsciente e o motorista fugiu. Eu não conseguia mexer as pernas. Tinha cortes horríveis no rosto. Creio que desmaiei em seguida, sendo acordado horas depois no hospital, ao lado de Maria.
Nem bem levantei às pálpebras e duas notícias fizeram-me fecha-las novamente.
Maria havia dito primeiramente que eu nunca mais poderia andar. Os médicos tiveram que amputar minhas pernas devido a gravidade dos feridos e postumamente:

- Aquela criança que estava ao seu lado, na rua, MORREU

Não coloco ponto final da frase acima, não existe fim para um anjos, eles são eternos.
Não culpo Cassiano pelo acidente. Me culpo de ter sido inútil nessa hora e nada ter feito quando o carro corria. MATEM-ME.
Voltei para casa, dias depois, com minha esposa, Maria. Ela praticamente transformou-se em uma enfermeira particular que cuida deste velho rabugento que me transformei ao longo dos anos, que agora escreve seu último livro. Cassiano poderia ser uma razão para viver mais intensamente a vida.
Meu querido teve um enterro especial, quando eu morrer estarei ao seu lado e quando Maria ir, estará ao nosso, assim como ele queria: uma família.
A vida se resumi a uma verdade muito difícil: a morte:
A falência de Cassiano, matou também tudo o que havia de bom em mim. Já não existi mais nada de bom nesse coração, que anseia sua morte. Eu não iria mais trabalhar no jornal, desistiria de tudo. Ficaria apenas como autor de livros, mas hoje, desisto dessa vida também, ao acabar esse conto, acabam-se meus trabalhos, minha vida...
Ao descer, o caixão foi iluminado pelo sol. Nesta hora Cassiano subiu ao céu, através desses raios. E lá ao lado de seus pais e em breve ao nosso lado, ele sorrirá para sempre.
Te amamos Cassiano.

Bom meu amigo leitor, que chegou até aqui, essa foi uma parte de minha vida, aquilo que eu achei importante contar à vocês. Os demais papéis estão bem escondidos nessa casa, acredito que ninguém irá encontrar.
Se você chegou até aqui, obrigado por sua paciência para ler esse conto.
Obrigado Cassiano!

FIM

Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Doze

Meu irmão, que nunca tive, que se o pequeno aceitasse, viveríamos juntos, nos três- Maria, ele e eu. Deixei de lado a ortografia.
Como se fosse um suborno, fomos a uma pizzaria. Pediu tudo o que ele queria, logo falei:

- Gostaria de ter novamente uma família?

Mais lágrimas correram pelo rosto do garoto.
Juro que me encantou. Sempre procurei por meu irmão, sem sucesso. E se ele viesse a morar conosco, AH, faria a felicidade da casa, e eu teria um pequeno pedaço fraterno que não tive.
Cassiano, seu nome é Cassiano, foi por horas um anjo enviado por Deus para me fortalecer e continuar acreditando que tudo sempre é possível. Agradeço muito e ao mesmo tempo latismo.
Deus criou as crianças para trazerem alegria à Terra, são seres iluminados que merecem toda nossa proteção.

- Sim, eu adoraria ter uma nova família, Sr.

Expliquei a ele de Maria. Outros abraços.
Felicito esta passagem em minha vida, são poucos que tem a oportunidade de viver emoções, como vivi. Cassiano, faminto, comeu quase que uma pizza toda. Levaríamos outra para casa.
Como o destino é cruel: ao mesmo tempo te presenteia, te rouba. Nossas vidas que tinham começando a mudar naquelas poucas horas, estava novamente para se transformar, nos próximos poucos minutos.
Meu sofrimento volta à tona quando relembro do acontecimento. Não dizem que os anjos são imortais?

- CASSIANO... gritaria, eu mais tarde.

Saímos da pizzaria, rumos conhecer Maria. Aquela altura a temperatura estava mais baixa ainda. Quase não se via pessoas pela rua, os poucos andavam bem escondidos em suas roupas.
DOÍ. DOÍ muito transcrever a passagem que está para se  aproximar. Minha alma se partira em diversos fragmentos, tenho vontade de parar ou continuar enrolando você leitor, até que não aguente mais tanta chatice e pare com essa leitura. Perdoe-me Querido por fazer isso... talvez eu poderia ter ficado em sue lugar. Fico me perguntando se você contaria para as multidões do ocorrido, procurar encontrar esta resposta, força-me a outra pergunta:

- CASSIANO, EU CONTO??:

Parte 13

Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 11

Estou trabalhando há três semanas e neste tempo escrevi folhas avulsas de outras histórias reais que poderiam fazer parte deste livro, mas prefiro as colocar em meu local secreto.
Falta pouco para o terminó desta história, assim satisfarei o desejo de meus leitores.
Sai do banheiro agora a pouco com auxilio de Maria e no corredor principal da casa avistei um punhado de folhas. Resolvi terminar meu conto neste maço. Os rascunhos são meus e escrevo onde bem entender... Não devo ficar explicando tudo à desconhecidos.
Naquela madrugada, o frio tocava a pele dos moradores de rua, eu passava perto e percebia seus sofrimentos. Um em especial. Tirei uns do casacos que vestia e ofereci a ele. Agradeceu tanto que lhe paguei uma sopa, em um restaurante ao lado.
AVISO! Estou para acabar 'isto' e logo saberá o ocorrido comigo após esta noite.
Nós dois saímos bem aquecidos do local, o homem cobriu-se em seu cobertor, que carregava e voltou a sua moradia junto aos demais companheiros.
O frio não era problema, andei um pouco até sentar num pedaço de banco noutra praça. Ao redor apenas a solidão. O vento era terrível e tocava-me com extrema violência. Ali permaneci por alguns segundos, pensando na vida. recordava do passado, a escola, antigos amigos...
Como sinto falta das brincadeiras, das piadas, as competiççoes, de tudo. Foram os melhores anos de minha vida. Sempre os levarei na lembrança. Foram colegas e amigos. Acima de tudo, alguns foram como irmãos para mim, que hoje, velho, ainda procuro pelo meu e não o encontro. Sei apenas seu nome, Rafael, nada além disso, seu nome. Por isso, meus companheiros de escolas, os amigos que passaram por minha vida até hoje, foram importante demais. Cada um, de uma forma, com uma palavra, com um sorrisso, com uma tristeza, um problema, uma magoa, fez com que eu não dessistesse da vida. Enxergava em cada um de vocês, um pedaço do meu irmão, e isso me deixava feliz. Nunca tive coragem de falar antes, por medo, vergonha, mas quero, hoje, que todos saibam, que vocês foram meus queridos irmãos.
A intensidade das rajadas de vento aumentavam a cada minuto. Ia embora, quando apareceu um menino, trajando um short preto e regata, pedindo calor. Sua voizinha meiga e singela me tocou. Tirei meu segundo casado, ficando apenas com a camiseta final e o agasalhei. Sabia que isso não seria o suficiente. Voltamos ao restaurante, paguei uma sopa ao jovem e após fomos numa loja e comprei vestimentas melhor.
No caminho o pequeno me contou sobra sua vida:

- Sr, pedi meus pais numa dessas noites, morreram de frio. Ninguém teve coragem de fazer o que o Sr, está fazendo por mim. Passei por vários abrigos, mas era dificil ficar naqueles locais. Eu queria uma nova família, alguém que cuidasse de mim, sentir um abraço, sentir carinhos de pai, de mãe. Nada aconteceu.
Eu só queria um abraço, Sr...

Abracei-o. Lágrimas de ambos tocaram o congelante chão... o sorriso que se fez na sequência, nunca mais esquecerei.

Parte 12

Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 10

Perguntei o que levava ele, aquela vida, do meu ponto de vista, difícil. Ele começou falando de sua vida, anotei:

- Na infância nunca me senti amado como filho ou uma pessoa que pertencesse aquela família. Não ouvia palavras carinhosas e era rejeitado por meus pais. Nunca, nunca me dizeram 'eu te amo', ou ' você é bonito',
'que lindo'... Essas expressões eram escassas em seus vocabulários. Eu não era amado.
Me davam apenas o básico, sendo o filho mais velho passei acreditar que nunca seria amado, não importasse o que eu fizesse, meus pais não me davam o menor valor.
Certo dia, quando foram passear, sem mim, fiquei em casa, assistindo tv. Bateu à porta um de nossos vizinhos, veio pedir uma xícara de açúcar  quando eu virei para o armário, para poder pegar o pote, ele chegou por trás de mim, com suas mãos e me prendeu sobre ele. Senti que  ele estava excitado e então ele pegou uma faca, na gaveta próxima e ficou me ameaçando. Fez-me descer o short... aquilo foi horrível, nunca consigo esquecer- pausa -. Era comum eu ficar só em casa, já que meus pais nunca me levavam nos passeios.
Aquele vizinho se aproveitou desse fato durante um tempo e ainda ameaçava me matar ou aos meus pais, caso eu não abrisse a porta para ele. Eu não queria que ninguém morresse.
Meses depois, criei coragem, contei a um policial próximo de casa- que acreditaram em mim. Armamos um flagrante, e quando ele foi abusar de mim, os policiais o prenderam. Depois tudo voltou ao normal, sem carinho, sem amor, parecia que nada tinha ocorrido, aos olhos de meus pais.
Com o passar dos anos, um amigo me trouxe à esta vida, aonde você me encontrou na rua, então senhor, vamos ao programa agora?

Revelei ao rapaz que nada queria, mas paguei por sua hora de trabalho, pela história, ao qual estou aproveitando agora, que possa servir à algum leitor que esteja passando pela mesma situação. Contem, não escondam, denunciem.
O rapaz tinha um olhar triste, certamente ele não gostava daquela vida.
Chego ao final de mais uma semana sem nada escrever, não lembro o que posso contar de interessante a você. Até agora você leu relatos originais que adaptei. Não seria racional, a partir de agora eu começar a inventar as histórias. Prometi não falar de minha vida particular, exceto do acidente, mas abrirei uma exceção. Preciso falar.
Raramente se faz amigos em escolas, muitos poucos colegas. Em uma época de minha vida escolar tive um verdadeiro amigo, um companheiro. Mas creio que por inveja ou raiva de um colega essa única amizade foi desfeita.
Peço aqui, desculpas publicamente pelo ocorrido. Não sabia o que estava fazendo. Que um dia você ´Fábio- possa perdoar uma pessoa que só entendeu o valor de sua amizade quando a perdeu e a solidão bateu seu coração, sinto falta de sua companhia. Perdoe-me, POR FAVOR!

Parte 11

Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Nove


Setembro de 1986, algumas páginas começavam, enfim, a ficarem prontas. O livro teria mais de 200 páginas, era mais que um romance. Todos os ingredientes perfeitos para provocar no leitor choradeira. Não tive qualquer inspiração dos casos que contei até aqui, tudo veio-me naturalmente.

AMOR, OH AMOR!

O Conto estava praticamente no fim, a única cópia eu carregava a todos os lugares. Inclusive nos almoços, jantares, na redação do jornal, a todos lugares. Eu escrevia.
Não sei quem foi o infeliz, mas uma das marmitas- era uma marmiteira elétrica - que estava ligada, alguém havia esquecido, deu um curto circuito e nossa sala ficou sem energia. Como se não bastasse, um incêndio iniciara-se na sala.
Ninguém ficou ferido gravemente - não me importava se tivesse alguém ficado - apenas algumas intoxicações pela fumaça e minha história... aquela altura estava queimando em cinzas, fiquei tão preocupado com ela, que acabei a esquecendo sobre uma cadeira, perto do local onde havia começado o fogo.
Não consegui reescrever tudo a tempo e a editora cancelou o contrato comigo.
PRONTO LEITOR! Não tem mais romance, se você ficou até aqui, a procura por uma história melosa, FIM, não tem, pode parar com essa leitura agora mesmo, a única coisa que saberá de agora em diante é o motivo que me trouxe a esta cadeira de rodas.
Minha vida começava afundar diante dos fatos ocorridos. Dediquei um tempo precioso para escrever o romance e do nada um incêndio eliminou-o. Sai do trabalho naquele dia, deprimido. Ao passar por uma rua próxima ao prédio, deparei-me com um rapaz que procurava algo, pelo olhar dele percebi. Aproximei-me, ele me examinou. Não sei o que senti quando ficou fixamente olhando em minha cara. Tive vontade de falar. Mas senti-me sufocar por aqueles olhos. O que ele pensou, sequer posso imaginar.  Combinamos e fomos ao hotel, ali mesmo, na esquina.

Agora peço, por favor, leitor, não parem de ler, as aparências enganam e como podem ter observado nas descrições passadas, às vezes as coisas não são o que aparentam ser. CONTINUEM!

Ao passarmos pela portaria, abraçados, tentava o enganar até o fim, estava com um só objetivo. Chegando no quarto, o rapaz foi o primeiro a tomar banho, eu o examinava em sua carteira para tentar saber algo de sua vida, até esse momento nada, ele, desconfiava. Saiu do banho, trajando apenas uma cueca. Não posso negar que ele tinha um belo físico. Mostrou-me sua excitação, porém, quando ele ia retirar a vestimenta, pedi que não o fizesse, e que colocasse sua roupa.

TE PEGUEI!!!

... esse não era meu objetivo, aquele rapaz que era encontrara na rua, era um garoto de programa, tive que simular o interesse nele, para conseguir levar ao hotel, e lá eu faria ele me contar sua vida.
Pedi que ele deitasse à cama, enquanto eu me acomodava numa cadeira. Aquilo seria uma espécie de sessão com um psicólogo, no caso eu. Comecei o questionário.

Por Danilo da Silva

Parte 10

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 8


O local era próximo de um bairro nobre. A casa onde ocorreu o fato era de uma típica família paulistana de classe alta. Não errei nenhum dado dessa vez. A família era composta: casal e três filhos. Quando nos aproximamos da porta, uma pedra veio em nossa direção e quase acertou o fotografo. Na sequencia desceu o chefe da família e perguntou o que nos queríamos, logo após termos tocado a campainha. Respondi:

- Trabalhamos na redação deste Jornal e recebemos uma denúncia, viemos colher os dados. Podemos conversar?

O sujeito só faltou nos agredir. Pegou o equipamento fotográfico, quebrou, e utilizou-se de uma arma branca, para tentar nos ferir. Corremos o mais rápido possível.
Continuei no caso e no dia seguinte, escondido. esperei ele sair de casa. Toquei a campainha diversas vezes até ser atendido pela esposa, que receosa, quase não me recebeu.
Na sala estavam os três filhos do casal, notei que suas roupas estavam amassadas, meio que colocadas as pressas. Tremola, ela desviou-me atenção de seus três filhos. Fiz a mesma pergunta do dia anterior ( sobre a  denúncia ) e o silêncio dela fez-se por completo.
Parem! Senão gostam de sensacionalismo pare imediatamente, o que virá e tão absurdo, que pode parecer que estou inventando. PAREM!!!!
Custou-me para que a mulher abrisse a boca, quando o fez, fiquei chocado.

- A denúncia que fizeram e verdadeira senhor, eu mesma a fiz. Sei que partir de agora tenho que viver escondida, mas não posso continuar deixando que meu marido abuse de mim e de meus filhos - choro- à um mês ele voltou estranho do trabalho e pediu algo inusitado. Queria transar comigo na frente de meus três filhos... em outra ocasião sobre ameaça de uma arma, transou comigo, com um dos meninos e queria o que os outros dois, transassem entre si.

NÃO!NÃO! Não reproduzirei tudo o que eu ouvi, tenho moral e sei ate onde vão meus limites e os seus, continuemos com o relato dela.

- ... enquanto rolava o sexo, do modo que ele queria, ele pedia, quase sempre, que nosso filho de 14 anos, ficasse olhando e se masturbasse  na nossa frente e...- NÃO OUTRA VEZ - ...aquilo era horrível. E quando ele chegava bêbado era pior. Meus filhos não aguentam mais tanta humilhação, a brutalidade dele. Ele sempre ameaçava a gente, deixava-nos livre somente aqui em casa, não podemos sair, não tenho para onde ir, não tenho família e nem dinheiro, mas cansei, cansei.

A lamentação dessa mulher era tanto. Levei todos comigo para o programa de proteção à vítima do governo, conseguimos levar várias peças de roupas junto.
Primeiro a denúncia, o BO, e os exames de corpo de delito. Através de uns amigos do jornal conseguimos que o Governador de uma outra cidade conseguisse casa e emprego para alguns deles.
Mais tarde o marido ( monstro ) forá preso por porte ilegal de armas, atentando violento ao puder, abuso sexual, contrabando de armas, carcere privado. Cumpre pena máxima até hoje.
Mas nem tudo se resolve na vida! Certa vez...
Brincadeira! Chega, não aguento mais, minhas mãos tremem e caio em fome. Sou obrigado a parar.
Fazem três dias que não escrevo uma única palavra, verdade é que o fato do garoto ajudando o ' pai ' a vender os panos de prato, detonou-me. A tristeza e angustia daquele dia veio-me ao terminar de reler, fiquei sem forças para continuar. Bom, fico desse modo, pois fui filho único, bom fui, mas em algum lugar do mundo estará meu irmão e se vier a este livro, saberá que sempre pensei nele. BASTA! Não quero falar-lhe mais nada sobre minha vida, acredito já ter falado demais. Como disse, escrevo por obrigação e contrato. Felizmente será meu último trabalho, e se chegar ao seu fim, descansarei e irei fofocar com meus companheiros.
Atravessei o ano de mau humor, qualquer detalhe me irrita...ops, vida pessoal.
O último caso do abuso do monstro, faria-me desistir de compor o romance. Passara pela cabeça uma obra de ficção ou um drama. A duvida persistiu e os editores só faltaram me estrangular. Não podia mais voltar atrás e a via-crúcis voltou.

Parte 9

Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 7


Na véspera do Natal de 1991, tínhamos acabado de fechar a edição do jornal do dia seguinte, quando os seguranças do prédio nos avisaram que na porta tinha um menino juntamente com uma senhora, que só sairiam de lá quando fossem atendidos por alguém da redação. Um colega desceu e conversou com a dupla. Doze minutos após, voltaram os três. Fomos surpreendidos por Guilly.

... lá vem Maria com os remédios outra vez interromper-me, fazer o quem tenho esta como uma de minhas últimas obrigações, tomar os remédios. Particularmente não gosto, mas, vamos lá.

Se você leitor, tivesse a oportunidade que eu tive de estar em contato com o garoto, se surpreenderiam. Seus olhos inspiravam e a doçura de sua voz acalmava o mais feroz dos homens.
Guilly era portador de uma deficiência que o impedia de ser locomover- curioso. também não me locomovo mais - a mulher era sua tia, que desesperantemente pedia ajuda, que estava ao nosso alcance. Ela contara que ele tinha seis anos quando seus pais. num acidente de carro, Guilly também no carro, sofreram a tragédia e o casal veio a óbito, ficando o garoto na situação que nos foi apresentada.
Uma surpresa nos emocionou quando a mando da senhora ele começou a cantar, nossos corações aos prantos, sentido toda aquela emoção. Cantava uma composição própria...atenderíamos o pedido.

UMA PAUSA!

Pense se hoje. algum jornal que só pensa em lucros, faria algo assim:
No dia seguinte, saiu impresso - reescrevemos a primeira página - uma nota em letras garrafais, vale a pena a reprise:

" Nos corações humanos é onde existe o amor verdadeiro pelo
que é belo é justo. Não julgo um homem por sua aparência, nem
pelo seu trabalho, modo de ser, vestir ou atos. Vejo-o como um
ser humano, que como eu bebe, respira e vive. Se eu que sou 
assim não os julgos, você também não tem razão de julgar."

E após a nota, seu nome com uma pequena foto, ao lado da foto, capa de seu CD, que com dificuldades conseguirá gravar e após seu contato.
Não preciso falar mais nada, Guilly recebeu a devida ajuda e quando precisou de nós, pode contar. Queria saber se a vida é justa, Guilly se foi à três anos, devido uma virose muito forte, ele consegui vender razoavelmente bem seu trabalho, as pessoas o conhecia e se apaixonavam. Convites para palestras motivacionais não faltava. Apareceu em programas de TV e fez várias apresentações. Ele motivava as pessoas, fazia-as crer na vida... hoje não mais.
Acompanhamos seu velória e enterro e prefiro acreditar que seus pais também. Meu coração neste momento lamenta seu destino. Ele poderia ter tido outras oportunidades para mostrar o quanto era capaz. nem tudo é ruínas, certa tarde, aqui em casa, Guilly mandou-me um recado através de um pássaro dourado. Disse que está muito bem e feliz, que agora canta para os anjos e seus pais. O mais curioso, leitor, esse pássaro que nunca tinha aparecido aqui antes, só veio desta vez.
Essa é a vida, continuemos.
Tem outra passagem em minha vida, relacionada com os Anjos, que são crianças disfarçadas e podem perceber os corações puros e sinceros. Quando pensamos nos bebês, ligamos-os aos seres celestiais, a comparação é iminente. Quando voltava para casa, após usar um telefone público, avistei um senhor em  cadeiras de rodas. Sobre suas pernas haviam panos de prato. Você começa a pensar várias coisas nesse momento, foi o que fiz. Mas de imediato minha atenção foi tomada por fortes emoções. Saía de uma padaria, uma pessoa que parecia cuidar daquela pessoas na cadeira de rodas. Em suas mãos outros panos, deduzi que forá vender na padaria, mas não sei se teve sucesso. Após sair do local, colocou o restante que trazia em mãos, sobre as pernas daquele senhor e começou, o garoto, empurrar a cadeira de rodas para um outro estabelecimento  Sim leitor, uma criança, um menino de aproximadamente 10/11 anos de idade, senão menos, empurrava a cadeira. Quem sabe aquele senhor fosse seu pai. Meu corpo ficou imóvel de emoção que acabei esquecendo o que tinha ido fazer e nem comprar o panos o fiz, fui medroso, covarde e tantos outros adjetivos, que prefiro não falar aqui.
Voltemos a história que culminará com o desfecho trágico de minha vida. Depois do incidente da jovem que queria se matar, por causa do romance rompido, do meu encontro com aquele casal misterioso na praça, desistir aquele dia, de procurar a inspiração ao romance que precisava escrever. Voltei para casa e dormi tranquilamente.
No dia seguinte chegavam vários casos à redação e um deles chamou-me atenção, muito trágico. Como repórter  fui averiguar. Foi comigo um fotografo.



Por Danilo da Silva

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Seis


Acordo de bom humor graças a estes papéis, para mim tem um valor sentimental enorme, diferente de alguns escritores que se dizem sábios e não dão o mínimo a seus manuscritos, o dinheiro fala em seu favor.
Tenho que continuar e penso no que vou escrever, seria muito mais fácil uma obra de ficção, inventaria diversos personagens e um roteiro que fascinasse o leitor, diferente agora, busco uma verdade guardada em cada ser, as personagens são reais, porém nem tudo posso contar de suas vidas... posso dizer com convicção que escrevo um Reality Book.
Poderia aproveitar a data próxima, o Natal, para falar-lhes de minha vida, mas que razão tenho para contar a desconhecidos sobre minha intimidade, algo de meu interesse, você que lê, cuide de sua vida e eu da minha,
Lembro da adolescência, uma fase tão boa e marcante em nossas vidas que se o tempo  não corresse, viveria sempre nela. Alguns homens preferem crescer e enfrentar a realidade. Eu não. Preferia continuar na  adolescência e desfrutar de toda fantasia do mundo. Vivi um universo de ilusões e magias, acreditando que as coisas ao meu redor eram como nos contos de fadas, nos filmes, nos desenhos, papais souberam me criar... Penso agora, no passado, e sinto raiva, queria soluções mágicas para problemas reais. Queria que me amassem, sem ser amado, sonhei acordado, amores impossíveis.
O ano foge-me, mas a ternura da jovem continua me suavizando. Esse velho sempre sonhou com ela em sua juventude. Apaixonei-me por ela primeiramente, os olhos me fascinaram, embora também gostasse dos cabelos, mas suas pupilas... lembro-me com carinho. Ela não sabia, nem poderia, nunca contei que a amava, tive medo da rejeição, mas meu coração para sempre será dela, apenas seu, minha amada. Que Maria nunca leia esse livro.
Peço desculpas a você leitor, nesse momento, se o chateio com coisas banais, por favor, pare de ler agora, pois o que virá a seguir, de tão estúpido, não merecia sequer ser mencionado, mas o mercado exige e vende, então tenho que atender aos interesses comerciais de meus editores e contar, mas senão gostarem, esqueçam este livro, assim estarão apagando minha tragédia, uns dos motivos que me trouxe aos papéis.
Aproveito o Natal para apresenta-lhes Guily. um menino encantador, dono de uma ternura única, por onde passa traz alegria, incentivo e emociona a spessoas. Não só isso, Guilly, apesar de ter perdidos os pais, é um exemplo para todos jovens que adoram os bens Materiais. Meigo, simpático, realista, idealista e tudo o que eu não fui quando criança, assim era Guilly.

Parte 7

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Cinco


- Minha vida não tem sentindo moço, sei que sou jovem, bem educada e estudada, e boa família, Mas brincaram com minha pessoa e não posso perdoar.
Apaixonei-me por uma rapaz loiro, lindo de viver, musculoso, alto, 22 anos, um tesão. Sabia que era um amor platônico, não acreditava que ele fosse se apaixonar por mim. Passeando na rua onde moro, cruzei com ele e pareceu-me que ele sentia algo por mim. Nunca contei à ninguém. Olhou fixo meu corpo, admirando-o e disse palavras amorosas que fariam qualquer mulher cair aos seus pés. Não cai. Mas o evitável aconteceu, me pediu em namoro.
Quando a gente ama, sonha tanto que acabamos esquecendo da vida e criamos um mundo paralelo. Foi o que eu fiz. Ao dizer ' sim ' para ele, recebi meu primeiro beijo- que durou uma eternidade para mim- senti que flutuava, que era leve como as nuvens e o meu mundo começava a se transformar.
Não pense, o senhor, que eu gostava dele só por causa de sua beleza, embora conte um pouco, mas eu via nele algo que me tocava o coração, sei lá como explicar moço, um sentimento muito confortante, era ótimo. Fomos os conhecendo, passeando e beijando aos longos dos dias seguintes. Como era bom beija-lo! Cada beijo que recebia de seus lábios faziam meu coração pulsar mais rápido. Meu príncipe, me beijava.
Por eu ser um pouco mais jovem que ele, não via a hora dele me levar para cama e tirar o que Deus me deu de sagrado. Ele mais velho, deveria ter experiência e saberia como satisfazer em carícias sua princesa.
Nos amamos por tanto tempo que ansiei e quase implorei ' a cama '. Ele talvez estivesse esperando meu pedido, mas não. Nunca em dois anos de namoro, transei com ele. Também quis saber o motivo, já que queria me entregar a ele, então, perguntei se ele não queria nada comigo, queria saber a razão pela qual ele não transava comigo, se tinha outra mulher, levei um choque.
Ele foi bruto e estúpído, só faltou um tapa na minha cara e o céu transformou-se no inferno em questão de segundos.Não sei o que levou aquele rapaz a tal, não perguntei ou pedi nada que uma mulher, depois de dois anos de relacionamento sem sexo, não o fizesse. Ele acabou comigo, não só o namoro, mas pscicologicamente, dizendo absurdos... Hoje faz uma semana do ocorrido, moço, e o desprezo dele, não por ter recusado a transa, mas por ter dito a todos do bairro que eu era uma garota de vida fácil, que ficava com as pessoas pelo sexo. Todos passaram a me olhar de lado, com expressões de raiva e nojo, não entendo o motivo, sempre fui uma moça correta, bastou apenas um comentário para que tudo mudasse.

Quando finalizou, dei meu ombro à ela e consolei, mais tarde a levei em sua casa, expliquei aos pais do ocorrido. Acharam melhor mudar de cidade.
Eu quis ajudar, mas eles acharam melhor a mudança.
Não pense leitor, que foi fácil para Ferraz contar seu drama, soluçava constantemente e chorava, mas o fez.
Também não quis transformar um sentimento de amor, como o dela, numa história de um livro, não preciso disso. O que mais me surpreendeu foi o fato das pessoas não acreditarem em Ferraz. Mesmo que você tenha uma vida inteira de honestidade, basta uma única afirmação de alguém ' semi-conhecido ' e pronto, tudo vem à baixo.
Fui atrás de outra história. Mas não esquecerei e peço que vocês façam o mesmo, de Ferraz, se vissem seus olhos e seu rosto encantaria-se-ia com tal semblante.
Vou dormir e amanhã continuo, talvez mude o curso que venho seguindo da história e o surpreenda, ou continuareu a tragetória como fiz até aqui. Mas uma coisa e certa! Contarei sim, contarei o acidente por mim sofrido, mesmo que isso me traga mais dor. Não fui eu. Boa noite Cassiano!

Por Danilo da Silva

Parte 6

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Quatro



Quase meia noite, tudo em silêncio que chega provocar arrepios, os ventos correm pela casa, disputando uma corrida, se veem vencidos pelas portas e paredes, mas provocam outro barulhos que prefiro nem mencionar, para que continuem a leitura.
No jardim, à tarde, a fofoca rolava solta, o assunto era um só, um falava de um lado, outro d´outro e se espalhou, até Maria caiu no meio e resolveu participar da conversa. Ficamos sabendo que um empresário muito famoso, dono de vários comércios populares, cometeu adultério. Ele saiu do banco, onde havia sacado uma boa quantidade de dinheiro e fora ao encontro da amante num motel próximo. A esposa o aguardava em casa, não desconfiando absolutamente de nada, a traição ' rola ' até o presente momento. Deixemos o empresário, já que não conseguirá ensinar ou passar nada de útil para a minha ou sua vida. Meus queridos fofoqueiros.
Não pensem que deixei de tentar escrever o romance que achei agora assumir forma e ganhar conteúdo, os dois incidentes suspenderam provisoriamente a história e continuei atrás de inspiração, buscava nas flores, nos animais, em toda natureza. Imaginem um romance entre dois bois?! Qual graça seria? Resolvi deixar a vida selvagem de lado e quis acreditar no ser humano  como sendo a mais bela criação do universo, o conto iria sair.
Logo após de ver o beijo emntre aquelas duas figuras, na praça, fui embora, caminhei em direção Pa minha casa, disposto em outro dia, sair em busca da criação, porém na rua que antecedia meu lar, deparei-me com uma jovem de aparentemente 18 anos, chorando, notei que estava muito triste, pois chorava sem no meio da avenida, creio que ela fosse terminar com tudo quando o próximo carro ali passsasse. Meu coração bateu mais forte e a aproximação foi inevitável. Não gosto de fins trágicos. Não digo que fiz de coração e por pura bondade, mas por uma necessidade pessoal.
Antes de continuar falando da jovem cujo sobrenome e Ferraz, comunico que estes racunhos, eu já os tinhas escrito anteriormente, estão guardados num canto secreto da casa. Lá ficarão por não contentar-me com seu conteúdo final. Nem Maria, nem os pássaros sabem onde ficam...
Ferraz olhou-me desconsolada, como se eu fosse fazer algum mal, tratei de acalma-lá e disse que era um amigo, disposto ajudar. Juro! Posso contar toda sua história, simplesmente por ter observado seu olhar melancólico. Mas não o farei, afasto-me agora de minha narração pessoal e dou lugar a ternura e elegância da jovem para contar ao leitor a sua vida. Não intrometerei-me sequer uma vez e a deixo livre para convencer o espectador que anseia em saber seu drama. Trato da questão a este modo, evidenciando o carisma dela pela vida.

                                                                          .....

Por Danilo da Silva

Parte 5

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte Três

Tinha feições estranhas, olhar macabro e respiração ofegante. Deduziria que estava fugindo, fosse talvez um ladrão ou quem sabe um ' bruxo'. Á vontade de voltar ao trabalho era intensa porém o interesse naquela fisionomia prendeu-me ao banco. O bruxo sentou-se lado oposto ao meu banco, parecendo desconfiar que eu o observa-vá. Peguei uma edição de revista que trazia em mãos e comecei a ler.
A roupa usada por este ser também levantava suspeita. Queria me aproximar e pedir uma informação sobre um enderenço, fingir-me de perdido, mas um novo rosto impediu meus passos. Dessa vez um feminino, de traços maravilhosos, olhar sensual e corpo sarado. Um beijo entre eles e já não me interessei mais.
Droga! A carga desta caneta onde escrevo estes rascunhos está em seu fim e a estante na sala dificultará a continuidade da história. Mas é preciso ir até lá, não quero parar neste instante. Aliás  Numa pausa que fiz, não mencionada no texto, os pássaros contaram algo que tenho que passar para vocês. Deixe-me trocar de caneta...
Tenho pressa, à noite cairá e não poderei continuar a escrever, ordens médicas. Já estou aqui na sala e sobre a mesa, antes que Maria traga a janta, tenho duas coisas que gostaria que soubessem:
Acordado de madrugada escuto vozes que veem a cabeça e pedem licença para matar, não sei quem, mas provavelmente é alguém que morou nesta casa ou irá morar. Um barulho tão horrível que se não fosse pela coragem de Maria, a mudança já teria ocorrido. Meu cérebro recebe essas mensagens e as armazena e algo que diz ou menos assim, escute:
" A morte vira a seu portador por meio de uma surpresa. Não tarda logo os dois estarão cara-cara. A morte, a falência e o fim de uma vida...."
Posso ser vítima das vozes e Maria, ou quem sabe você também. Nada garante que após minha partida e a de Maria, essa casa seja ocupada por sua família. É uma casa enorme, com quatro quartos escuros. É certo que você ao fazer esta leitura eu não esteja mais morando nela, portanto é meu dever comunicar como reconhecer meu lar. Vou ter ajuda descrevendo-a e se realmente estiver morando nela, saia agora mesmo do local onde se encontra ou então essas vozes irão te perseguir e uma surpresa terrível pode estar à sua espera.
Na entrada sempre existiu um vaso com uma planta, ora algumas folhas morrem sem explicação aparente e outras novas tardam a nascer, do lado de fora há uma escada, onde os degraus inclinados descem até o encontro de outras portas. O banheiro tem cores claras e não chega ser muito grande. Há luzes pela casa e no pôr do sol alguns flash atravessam a janela da sala indo de encontro com o primeiro degrau dessa escada. Como já mencionei também, existem quatro quartos, escuros...
Esperem! Maria vem trazendo o jantar e vejo-me na obrigação de parar por um pequeno momento, mas não fiquem zangados leitores, logo mais estarei contado a verdade que me trouxe a esta cadeira, paro agora e irei saborear a magnífica comida de minha querida ajudante.... hum... que delícia...

Por Danilo da Silva

Parte 4

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 2

Chegará o dia do encontro. O local escolhido foi um famoso restaurante paulistano, eles não haviam percebido minha presença, eu estava numa mesa no canto esquerdo do restaurante, enquanto eles em minha direita, pouco à frente. Após a janta e troca melosa de beijos foram para o carro dele- eu pensava na hora que iriam para um motel - onde novamente os lábios se uniram em trocas de salivas.
Fiquei em meu carro olhando os movimentos, não acreditava que ' aquilo ' seria um romance e cri que estavam, o casal, a fim de uma boa transa mesmo ( sim, esqueçam o que eu falei antes sobre todos se conhecerem antes de irem para a cama, nem todos ), errei denovo. Ele a deixou em sua casa e na porta marcaram um novo encontro, desta vez não consegui ouvir, mas li os lábios... persegui-los e anotar tudo o que faziam se tornou uma obsessão em meus momentos de folgas. Quando não o fazia, pedia um colega que seguisse o casal. Cai nessa rotina.
Agora me parece estranho esse meu ato, mas precisava de inspiração naquela época e o que relato aqui não é uma história ficcional que estava escrevendo,e que por uma fatalidade fui obrigado a interromper. O que você ( leitor ) lê é apenas a realidade que acompanhei.
O casal, depois de 4 meses de namoro, volta de uma festa à fantasia. ela numa de fada rosa encantadora e ele de bruxo, estavam no carro dele, voltando para casa e os seguindo. Na altura do quarto quilômetro de uma rodovia que seguiam, um hotel interrompeu a trajetória.
Eu também me alojei em um do dos quartos, não poderia deixar de acompanhar o momento da união carnal, uma vez que vi esse romance começar. Fiquei em um quarto ao lado deles para conseguir ouvir os gemidos e murmúrios da primeira noite de amor. Esperei por uma hora e nada ouvia, resolvi agir e ver o que estava acontecendo. Bati na porta e quem atendeu foi o rapaz, que estava enrolado em sua toalha de banho. Perguntei se no quarto deles tinha luz, mentindo sobre a falta no meu. A resposta afirmativa fez-me logo ir embora, mas antes vu sia esposa, na cama, também de toalha. Na volta ao quarto, pensei que o sexo tivesse rolado no banho.
Quando fui ligar o televisor, os gemidos da mulher fizeram-me sentir um tensão solitário, dava para escultar o barulho da cama deles, e juntos, mas separados chegamos ao ápice.
Calma! Essa não é uma história pornográfica, pode sim haver um pequeno teor de erotismo  mas nada que impeça o leitor de uma boa leitura.
O casal já não me interessou mais, o conto de fadas acabou naqueles quartos e deixei de segui-los. Não pensem que tenho mania de seguir pessoas, este fora um caso isolado, até  mesmo pela razão que ao qual eu andei o fazendo ( para meu conto ).
Não me queixo de ser um invalido ou depender dos outros quando tenho urgência ao ir no banheiro  ou para a realização de algo. Tenho raiva pelo acidente ter ocorrido, meu destino não era esse, fui trocado na última hora e agora ando dependente de ajuda, se houvesse uma máquina do tempo, teria ficado em seu lugar.
Lembra-se do ano de 85, o dia ensolarado, e o caso que se passou? Voltemos ao ano. Sai do trabalho e fui à praça que ficava uns quatro quarteirões do prédio, sentei-me no banco vazio e comecei a observação, atrás de conteúdo para o tal romance. Desvendo você no olhar! Minutos passados e nem um rosto fez-me crer que merecia ser transformado numa história. Não digo o rosto em si, mas o que seu olhar passava. O Curioso foi quando um casal de pombos - creio que fosse um casal- entrou embaixo do banco e começaram o que parecia ser um ato sexual, que não demorou nem 40 segundos.
Quando pensei em ir embora da praça um rosto enigmático apareceu em minha frente.


Por Danilo da Silva

Parte 3

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro conto
Parte 1

Cada fase que atravessava minha visão, era uma história que poderia sercontada pelo simples olhar nas pessoas. O rosto me dizia tudo, porém, se penetrase nos olhos desvendaria por completo os rostos que
observei em minhas caminhadas.
Não digo tudo isso agora por não poder mais adar pelas ruas ou conviver com as multidões, preciso desabafar, mas não há sequer um único ser que queira ouvir-me por achar meu comportamento parecido com o de um velho rabugento, cuja função exercida no fim de sua vida é a reclamação de tudo e de todos. Sei que sou assim.
Porém não tenho essa obrigação de contar as experiências por mim vivenciadas à alguém ou algum ser desprezível, que só conhece o valor do dinheiro e abusa do planeta como se fosse seu dono. Mas estou no fim de minha vida, e o que vou contar podera servir para alguém, não sei quem, mas alguém.
Empurro, agora, minha cadeira de rodas onde me alojei à uns 12 anos por um erro do destino. Erro esse que não apago da memória. Já que não tenho forças nos braços e custa-me ir ao pátio de minha casa observar o que contam os pássaros, mas aqui estou diante deles, são cinco, cada um de uma cor e tamanho diferente, e que todos os dias veem fazer sua visita rotineira em busca de um punhado de comida que Maria joga para eles, antes eu podia fazer isso, porém já não sinto o mesmo prazer e fico apenas a observar. Como é lindo o carinho de Maria com os pássaros! Ela tira a comida do pote e serve aos meus queridos fofoqueiros. Gostaria de comunicar ao leitor que esses pássaos passaram a fazer suas visitas diárias logo após meu retorno a esta casa em minha cadeira de rodas. Os pássaros trazem-me notícias, não essas dos jornais e tv, falam dos homens, de duas vidas. Não tenho uma explicação de como e quando eles começaram a fazer isso, mas ae estão todos, me contando, e amanhã virão também e apoiados em meus ombros contarão...
Já não me recordo da data, mas o mês sim. Era março de 1985, um dia de sol e eu acabava de sair do trabalho, estava indo buscar inspiração para minha nova história romântica realista que contaria os prazeres e aventuras de um jovem casal que tinham acabado de ser encontrar quando buscavam abrigo, para se proteger da chuva e ali embaixo do toldo de uma loja fechada, olhares cruzaram-se e ambos sentiram que tinham encontrado a alma gêmea de cada. Houve uma aproximação e beijos quentes foram trocados. Um encontro foi marcado para o conhecimento do carácter de cada um, nesse época as pessoas se importava em se conhecer, antes de irem para a cama. O encontro seria em breve.
Posso estar adiantando a causa que me trouxe para esta cadeira, cuja única coisa confortável é a almofada, mas prefiro assim, pois isso me traz sofrimento até hoje e adio, portanto, meu sofrimento. Pretendo que não confudam me confudam com alguns escritores que enrolam o leitor até o final da história para que no fim, algo sem nexo algum, seja contato, derrubando-os de suas expectativas.
No ano de 85 eu trabalhava na redação de um importante jornal de São Paulo e após o expediente corria em busca de inspiração para meus contos, naquela tarde, logo após o trabalho- lembro-me como se fosse ainda hoje- o jovem casal, após o término da chuva foram para respectativas casas, mas o compromisso que tinham marcado, para que se conhecessem melhor era logo e eu não pude deixar de ouvir o que eles falaram e no dia marcado, eu estaria lá.


Por Danilo da Silva

Parte 2

Cassiano, Eu Conto?

Primeiro conto
Apresentação

Para você que não me conhece, nem ao menos meus trabalhos, gostaria de me apresentar: Sou Angelo, simplesmente Angelo, o sobrenome não importa mais. Não vivo de meu sobrenome e sim de nome.
Trabalhei durante muito tempo como repórter de um famoso jornal, como mencionarei mais tarde e de lá pude retirar um bom conteúdo para meus livros, especialmente esse que já já começo a escrever.
Ao longo de minha vida transformei-me em um autor de grande sucesso e em um velo rabugento que hoje começa a escrever seu último trabalho.
Escrevo para desabafar, para não morrer sufocado pelo que passei e nunca contei. Sou Obrigado  a lhe falar de minha vida, somente assim estarei um pouco mais tranquilo com minha consciência.
Quero lhe contar sobre minha tragédia que me trouxe para esta cadeira de rodas e sou obrigado a depender de favores alheios. Desculpe-me leitor se não o agrado, mas peço com sincero olhar em seus olhos, que leia essa história e então entenderá seu título, cuja resposta ainda não encontrei.

Por Danilo da Silva

Parte 1