Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 8


O local era próximo de um bairro nobre. A casa onde ocorreu o fato era de uma típica família paulistana de classe alta. Não errei nenhum dado dessa vez. A família era composta: casal e três filhos. Quando nos aproximamos da porta, uma pedra veio em nossa direção e quase acertou o fotografo. Na sequencia desceu o chefe da família e perguntou o que nos queríamos, logo após termos tocado a campainha. Respondi:

- Trabalhamos na redação deste Jornal e recebemos uma denúncia, viemos colher os dados. Podemos conversar?

O sujeito só faltou nos agredir. Pegou o equipamento fotográfico, quebrou, e utilizou-se de uma arma branca, para tentar nos ferir. Corremos o mais rápido possível.
Continuei no caso e no dia seguinte, escondido. esperei ele sair de casa. Toquei a campainha diversas vezes até ser atendido pela esposa, que receosa, quase não me recebeu.
Na sala estavam os três filhos do casal, notei que suas roupas estavam amassadas, meio que colocadas as pressas. Tremola, ela desviou-me atenção de seus três filhos. Fiz a mesma pergunta do dia anterior ( sobre a  denúncia ) e o silêncio dela fez-se por completo.
Parem! Senão gostam de sensacionalismo pare imediatamente, o que virá e tão absurdo, que pode parecer que estou inventando. PAREM!!!!
Custou-me para que a mulher abrisse a boca, quando o fez, fiquei chocado.

- A denúncia que fizeram e verdadeira senhor, eu mesma a fiz. Sei que partir de agora tenho que viver escondida, mas não posso continuar deixando que meu marido abuse de mim e de meus filhos - choro- à um mês ele voltou estranho do trabalho e pediu algo inusitado. Queria transar comigo na frente de meus três filhos... em outra ocasião sobre ameaça de uma arma, transou comigo, com um dos meninos e queria o que os outros dois, transassem entre si.

NÃO!NÃO! Não reproduzirei tudo o que eu ouvi, tenho moral e sei ate onde vão meus limites e os seus, continuemos com o relato dela.

- ... enquanto rolava o sexo, do modo que ele queria, ele pedia, quase sempre, que nosso filho de 14 anos, ficasse olhando e se masturbasse  na nossa frente e...- NÃO OUTRA VEZ - ...aquilo era horrível. E quando ele chegava bêbado era pior. Meus filhos não aguentam mais tanta humilhação, a brutalidade dele. Ele sempre ameaçava a gente, deixava-nos livre somente aqui em casa, não podemos sair, não tenho para onde ir, não tenho família e nem dinheiro, mas cansei, cansei.

A lamentação dessa mulher era tanto. Levei todos comigo para o programa de proteção à vítima do governo, conseguimos levar várias peças de roupas junto.
Primeiro a denúncia, o BO, e os exames de corpo de delito. Através de uns amigos do jornal conseguimos que o Governador de uma outra cidade conseguisse casa e emprego para alguns deles.
Mais tarde o marido ( monstro ) forá preso por porte ilegal de armas, atentando violento ao puder, abuso sexual, contrabando de armas, carcere privado. Cumpre pena máxima até hoje.
Mas nem tudo se resolve na vida! Certa vez...
Brincadeira! Chega, não aguento mais, minhas mãos tremem e caio em fome. Sou obrigado a parar.
Fazem três dias que não escrevo uma única palavra, verdade é que o fato do garoto ajudando o ' pai ' a vender os panos de prato, detonou-me. A tristeza e angustia daquele dia veio-me ao terminar de reler, fiquei sem forças para continuar. Bom, fico desse modo, pois fui filho único, bom fui, mas em algum lugar do mundo estará meu irmão e se vier a este livro, saberá que sempre pensei nele. BASTA! Não quero falar-lhe mais nada sobre minha vida, acredito já ter falado demais. Como disse, escrevo por obrigação e contrato. Felizmente será meu último trabalho, e se chegar ao seu fim, descansarei e irei fofocar com meus companheiros.
Atravessei o ano de mau humor, qualquer detalhe me irrita...ops, vida pessoal.
O último caso do abuso do monstro, faria-me desistir de compor o romance. Passara pela cabeça uma obra de ficção ou um drama. A duvida persistiu e os editores só faltaram me estrangular. Não podia mais voltar atrás e a via-crúcis voltou.

Parte 9

Por Danilo da Silva

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