Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 2

Chegará o dia do encontro. O local escolhido foi um famoso restaurante paulistano, eles não haviam percebido minha presença, eu estava numa mesa no canto esquerdo do restaurante, enquanto eles em minha direita, pouco à frente. Após a janta e troca melosa de beijos foram para o carro dele- eu pensava na hora que iriam para um motel - onde novamente os lábios se uniram em trocas de salivas.
Fiquei em meu carro olhando os movimentos, não acreditava que ' aquilo ' seria um romance e cri que estavam, o casal, a fim de uma boa transa mesmo ( sim, esqueçam o que eu falei antes sobre todos se conhecerem antes de irem para a cama, nem todos ), errei denovo. Ele a deixou em sua casa e na porta marcaram um novo encontro, desta vez não consegui ouvir, mas li os lábios... persegui-los e anotar tudo o que faziam se tornou uma obsessão em meus momentos de folgas. Quando não o fazia, pedia um colega que seguisse o casal. Cai nessa rotina.
Agora me parece estranho esse meu ato, mas precisava de inspiração naquela época e o que relato aqui não é uma história ficcional que estava escrevendo,e que por uma fatalidade fui obrigado a interromper. O que você ( leitor ) lê é apenas a realidade que acompanhei.
O casal, depois de 4 meses de namoro, volta de uma festa à fantasia. ela numa de fada rosa encantadora e ele de bruxo, estavam no carro dele, voltando para casa e os seguindo. Na altura do quarto quilômetro de uma rodovia que seguiam, um hotel interrompeu a trajetória.
Eu também me alojei em um do dos quartos, não poderia deixar de acompanhar o momento da união carnal, uma vez que vi esse romance começar. Fiquei em um quarto ao lado deles para conseguir ouvir os gemidos e murmúrios da primeira noite de amor. Esperei por uma hora e nada ouvia, resolvi agir e ver o que estava acontecendo. Bati na porta e quem atendeu foi o rapaz, que estava enrolado em sua toalha de banho. Perguntei se no quarto deles tinha luz, mentindo sobre a falta no meu. A resposta afirmativa fez-me logo ir embora, mas antes vu sia esposa, na cama, também de toalha. Na volta ao quarto, pensei que o sexo tivesse rolado no banho.
Quando fui ligar o televisor, os gemidos da mulher fizeram-me sentir um tensão solitário, dava para escultar o barulho da cama deles, e juntos, mas separados chegamos ao ápice.
Calma! Essa não é uma história pornográfica, pode sim haver um pequeno teor de erotismo  mas nada que impeça o leitor de uma boa leitura.
O casal já não me interessou mais, o conto de fadas acabou naqueles quartos e deixei de segui-los. Não pensem que tenho mania de seguir pessoas, este fora um caso isolado, até  mesmo pela razão que ao qual eu andei o fazendo ( para meu conto ).
Não me queixo de ser um invalido ou depender dos outros quando tenho urgência ao ir no banheiro  ou para a realização de algo. Tenho raiva pelo acidente ter ocorrido, meu destino não era esse, fui trocado na última hora e agora ando dependente de ajuda, se houvesse uma máquina do tempo, teria ficado em seu lugar.
Lembra-se do ano de 85, o dia ensolarado, e o caso que se passou? Voltemos ao ano. Sai do trabalho e fui à praça que ficava uns quatro quarteirões do prédio, sentei-me no banco vazio e comecei a observação, atrás de conteúdo para o tal romance. Desvendo você no olhar! Minutos passados e nem um rosto fez-me crer que merecia ser transformado numa história. Não digo o rosto em si, mas o que seu olhar passava. O Curioso foi quando um casal de pombos - creio que fosse um casal- entrou embaixo do banco e começaram o que parecia ser um ato sexual, que não demorou nem 40 segundos.
Quando pensei em ir embora da praça um rosto enigmático apareceu em minha frente.


Por Danilo da Silva

Parte 3

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