Cassiano, Eu Conto?

Primeiro Conto
Parte 11

Estou trabalhando há três semanas e neste tempo escrevi folhas avulsas de outras histórias reais que poderiam fazer parte deste livro, mas prefiro as colocar em meu local secreto.
Falta pouco para o terminó desta história, assim satisfarei o desejo de meus leitores.
Sai do banheiro agora a pouco com auxilio de Maria e no corredor principal da casa avistei um punhado de folhas. Resolvi terminar meu conto neste maço. Os rascunhos são meus e escrevo onde bem entender... Não devo ficar explicando tudo à desconhecidos.
Naquela madrugada, o frio tocava a pele dos moradores de rua, eu passava perto e percebia seus sofrimentos. Um em especial. Tirei uns do casacos que vestia e ofereci a ele. Agradeceu tanto que lhe paguei uma sopa, em um restaurante ao lado.
AVISO! Estou para acabar 'isto' e logo saberá o ocorrido comigo após esta noite.
Nós dois saímos bem aquecidos do local, o homem cobriu-se em seu cobertor, que carregava e voltou a sua moradia junto aos demais companheiros.
O frio não era problema, andei um pouco até sentar num pedaço de banco noutra praça. Ao redor apenas a solidão. O vento era terrível e tocava-me com extrema violência. Ali permaneci por alguns segundos, pensando na vida. recordava do passado, a escola, antigos amigos...
Como sinto falta das brincadeiras, das piadas, as competiççoes, de tudo. Foram os melhores anos de minha vida. Sempre os levarei na lembrança. Foram colegas e amigos. Acima de tudo, alguns foram como irmãos para mim, que hoje, velho, ainda procuro pelo meu e não o encontro. Sei apenas seu nome, Rafael, nada além disso, seu nome. Por isso, meus companheiros de escolas, os amigos que passaram por minha vida até hoje, foram importante demais. Cada um, de uma forma, com uma palavra, com um sorrisso, com uma tristeza, um problema, uma magoa, fez com que eu não dessistesse da vida. Enxergava em cada um de vocês, um pedaço do meu irmão, e isso me deixava feliz. Nunca tive coragem de falar antes, por medo, vergonha, mas quero, hoje, que todos saibam, que vocês foram meus queridos irmãos.
A intensidade das rajadas de vento aumentavam a cada minuto. Ia embora, quando apareceu um menino, trajando um short preto e regata, pedindo calor. Sua voizinha meiga e singela me tocou. Tirei meu segundo casado, ficando apenas com a camiseta final e o agasalhei. Sabia que isso não seria o suficiente. Voltamos ao restaurante, paguei uma sopa ao jovem e após fomos numa loja e comprei vestimentas melhor.
No caminho o pequeno me contou sobra sua vida:

- Sr, pedi meus pais numa dessas noites, morreram de frio. Ninguém teve coragem de fazer o que o Sr, está fazendo por mim. Passei por vários abrigos, mas era dificil ficar naqueles locais. Eu queria uma nova família, alguém que cuidasse de mim, sentir um abraço, sentir carinhos de pai, de mãe. Nada aconteceu.
Eu só queria um abraço, Sr...

Abracei-o. Lágrimas de ambos tocaram o congelante chão... o sorriso que se fez na sequência, nunca mais esquecerei.

Parte 12

Por Danilo da Silva

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